" Gostar é despirmo-nos para além da pele E ver muito para além daquela camada de pele que nos cobre o corpo. O s músculos, a gordura e os ossos. Aqui nos têm! Desprovidos de qualquer máscara que criamos no dia-a-dia. Somos agora um ser frágil que espera aceitação. A luz continua acesa. E o interruptor está tão perto. Mas a mão continua em baixo. Dança ali naquela zona das ancas sem saber o que fazer. Gostar é mais que tirar a roupa. Ouvir o doce embalar de uma qualquer voz. Ou a ponta do nariz naquele momento em que se está a falar. Tudo conta quando nada interessa. O conjunto é indissociável das partes e as partes só são notadas no todo. É uma realidade tão exposta quanto aquilo que somos. Nós, ali, sob a luz que nos ilumina todos os defeitos. As marcas de nascença. Os sinais e as cicatrizes feitas quando crescíamos. Os cabelos em desalinho. É mostrar o corpo mostrando tudo. Num gesto desprovido de qualquer sensualidade. Abrir a porta de uma intim